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Associações empresariais em Moçambique fazem o seu caminho… caminhando

É uma evidência que, alicerçada periodicamente em diversos inquéritos especializados, o associativismo empresarial está a evoluir pouco a pouco, ao longo dos últimos anos: mais de metade da realidade empresarial do país encontra no panorama das associações empresariais em Moçambique pelo menos uma entidade que representa convenientemente os interesses (económicos) que as fazem mover.

Até porque, como o poeta disse e a experiência dos anos mais recentes mostra, o caminho faz-se caminhando. Não perdendo de vista que só empresas fortes conseguem transportar força extra para uma associação empresarial.

Sobretudo na última década, o Governo de Moçambique tem promovido várias medidas que têm procurado simplificar a relação entre as empresas e o Estado. Muitos representantes do tecido empresarial têm abraçado a evolução, e outros têm lançado novos desafios às autoridades oficiais, para que que se incremente o movimento encetado.

CTA encabeça reivindicações das associações empresariais em Moçambique e da classe

A Confederação das Associações Económicas (CTA), a mais poderosa organização patronal do país (com 140 membros de federações setoriais, câmaras de comércio e associações empresariais em Moçambique, representada em todas as 11 províncias) tem encabeçado a espiral participativa. E, periodicamente, não tem deixado de lançar para a praça pública sugestões para novos avanços no setor.

Como ela, também a Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS), que, ao representar cerca de 400 empresas, pugna a favor de um setor empresarial cada vez mais produtivo e competitivo, com contributos significativos para geração de emprego e riqueza, bem como capaz de dinamizar o processo de desenvolvimento económico e social do País.

É público e notório que muitos empresários da nação carecem de mais apoio financeiro e, adicionalmente, ajuda na formulação dos seus projetos de negócio. Um dos desafios é, consequentemente, dar formação adequada à classe, para que saiba utilizar as ferramentas de informação e comunicação, inclusive para entender e dominar os mecanismos que as organizações financeiras internacionais usam para facultar o acesso e utilização dos fundos disponíveis.

E é por isso que, insistentemente, lemos e ouvimos economistas e politólogos da praça asseverarem que são vários os mercados setoriais moçambicanos a apresentarem inúmeras oportunidades. O sucesso delas dependerá, na prática, da própria qualidade dos empresários que neles operem, ou desejem operar, e igualmente, da respetiva capacidade de investimento.

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Uma espera de médio/longo prazos…

Porquê?

Porque quem investir tem de esperar o devido retorno não antes dos médio e/ou longo prazos – aqueles que permitem ultrapassar a volatilidade dos ciclos económicos do país. Só assim, e nessa altura, se poderá trabalhar para um cenário de associações empresariais em Moçambique fortes.

Só instituições robustas (a todos os níveis), com confiança e capacidade de gestão, conseguem semear e fortalecer bons ambientes de negócios, os únicos que permitem ultrapassar momentos de crise.

Eles estão aí! Uma vez mais.

Por causa do impacto da crise pandémica, o setor empresarial tem estimado perdas de faturação no valor de mais de mil milhões de dólares em 2020, ou seja, sensivelmente cerca de sete por cento do Produto Interno Bruto de Moçambique. Com a agravante da suspensão de aproximadamente 90 mil postos de trabalho – segundo as contas da associação das associações empresariais em Moçambique (a CTA) – e do encerramento de centenas de empresas nacionais e estrangeiras.

De mão dada com esta realidade, o problema de insegurança em algumas zonas do país, que faz perigar investimentos económicos internacionais – que arrastam outros -, veio desferir em 2021 um rude golpe conjuntural e agravar ainda mais as perspetivas (e prospetivas) dos anos vindouros.

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Futuro das associações empresariais em Moçambique passa pela educação e formação

Não obstante, Moçambique é um país (com perto de 30 milhões de habitantes) naturalmente rico: possui solos férteis, gás por explorar no subsolo, recursos minerais em quantidade, diversidade e qualidade, fontes de energia natural em abundância, além de uma localização geográfica muito relevante, no que ao comércio externo diz respeito.

Na última década, a nação moçambicana conseguiu uma taxa de crescimento médio anual de cerca de sete por cento – colocada em causa nos últimos tempos também pela crise da dívida e por desastres naturais de gravidade considerável.

Seja como for, e veja-se por que ângulo se quiser, a educação, ou, se quisermos, a construção de uma sociedade do conhecimento, é um dos desafios nucleares da economia moçambicana. Segundo os dados estatísticos disponíveis, 44% da população terá uma idade inferior a 15 anos, o que representa aproximadamente 13 milhões de crianças e jovens em idade escolar, anualmente.

É (também) por isso que o investimento na qualificação e formação dos moçambicanos é um dos desideratos do país. Inclusive porque a industrialização e a digitalização da economia terão de ser acompanhadas de mão de obra qualificada. Aliás, a construção de instituições e associações empresariais em Moçambique fortes passa igualmente por aqui… E pela aposta em planos tecnológicos – e em importação e desenvolvimento de tecnologia – que contribuam para a formação da força de trabalho local.

Daí ser expectável que o Banco de Moçambique, os bancos comerciais e as associações empresariais do país trabalhem no reforço da colaboração mútua, no sentido do investimento no aumento da produtividade e na inovação, tal como concluem alguns especialistas que estudam o dossiê, que não só no domínio das associações empresariais em Moçambique.

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